Trabalho de parto é
conceituado como contrações uterinas que produzem apagamento e dilatação
cervical. Os principais sinais de trabalho de parto são contrações
uterinas periódicas e regulares, percebidas pela gestante ou por um
observador por no mínimo 2 horas, com freqüência de no mínimo 2 a cada
10 minutos, colo parcialmente apagado, dilatação cervical de 2 cm ou
mais nas
nulíparas e de 4- 5 cm nas multíparas.
O estudo do parto compreende
três fases principais que são a dilatação, a expulsão e o secundamento.
Antecedendo a estas três fases, existe um período não bem delimitado que
é o período premonitório. O período premonitório caracteriza-se pela
descida do fundo do útero (2 a 4 cm), decorrentes da adaptação do pólo
fetal ao estreito superior da bacia. Ocorre aumento de dores lombares,
estiramento das articulações pélvicas, aumento das secreções glandulares
cervicais com eliminação de muco, encurtamento do colo, contrações
uterinas com menores intervalos e maior intensidade, que vão se tornando
mais e mais freqüentes até que se instala o trabalho de parto.
DILATAÇÃO: Também chamada de 1º período,
começa com as primeiras contrações dolorosas que modificam o colo, e
terminam quando este se encontra, totalmente, dilatado. O útero grávido
apresenta contrações desde o início da gestação, porém somente a partir
da 28ª-30ª semanas estas contrações começam a ser percebidas pela
gestante. São as contrações de Braxton-Hicks e são indolores.
À
medida que a gestação evolui, estas contrações tornam-se mais
freqüentes e melhor coordenadas, ajudando o amadurecimento do colo
uterino (período premonitório). Para ocorrer à dilatação o colo deve ter
antes amadurecido.
Alguns parâmetros caracterizam o
amadurecimento do colo uterino: amolecimento, que aumenta no período de
pré-parto; orientação, quando o colo alinha-se com o eixo longitudinal
da vagina, abaixamento, pela dilatação do istmo uterino, apagamento, que
é a incorporação do colo ao segmento. Ao redor da 40ª semana, a
atividade uterina torna-se mais intensa e desencadeasse o trabalho de
parto. Não há limite preciso entre o término do período premonitório e o
início do trabalho de parto. O diagnóstico de trabalho de parto nem
sempre é fácil e há quem o considere como síndrome.
Estabelece-se o trabalho de
parto quando existem contrações uterinas ritmadas e que provoquem
alterações progressivas no colo uterino. Em um conceito mais amplo,
considera-se trabalho de parto quando os seguintes parâmetros estiverem
presentes: apagamento do colo, dilatação cervical, formação das bolsas
das águas, emissão de mucosidade e contrações uterina rítmicas, e em
conceito mais simples, quando ocorrem duas contrações em 10 minutos. Sob
a ação das contrações, a dilatação se completa e inicia-se a expulsão.
EXPULSÃO: A expulsão é, também, chamada de segundo período do parto.
Não existe um limite preciso entre o fim da dilatação e o início da
expulsão, sendo a divisão puramente didática. A expulsão se inicia com a
dilatação total do colo e termina com a saída do concepto.
Neste
período, ocorre juntamente com as contrações uterinas, a contração do
diafragma e da musculatura abdominal que comprimem o útero de cima para
baixo e de diante para trás. Sob efeito das contrações, agora mais
fortes e mais freqüentes, o feto é propelido através do colo totalmente
dilatado, alcança a vagina e passa a distender o diafragma
vulvoperineal. Ao comprimir as paredes vaginais, o reto e a bexiga,
provocam o aparecimento de contração da musculatura abdominal (prensa
abdominal), via arco reflexo, que são os “puxos”. Sob ação das
metrossístoles e dos puxos, o período expulsivo é mais eficiente e à
medida que a apresentação desce, a vulva se entreabre, dilata-se e
permite a expulsão fetal. Após o parto, o útero se retrai e seu fundo
alcança a cicatriz umbilical. Terminada a expulsão fetal, inicia-se o
secundamento.
SECUNDAMENTO: O secundamento ou terceiro período do parto,
conta de três tempos fundamentais. O primeiro é o descolamento que
ocorre em conseqüência da retração do útero. A retração provoca redução
acentuada da superfície interna do útero e pregueamento da zona de
inserção placentária, que como efeito sofre descolamento. O início do
descolamento se dá ao nível da camada esponjosa, que é menos resistente.
No ponto em que se iniciou o descolamento, há a formação do hematoma
retroplacentário que funcionará como cunha, ajudando na dequitação.
O descolamento se dá segundo o mecanismo de Baudelocque-Schultze,
em 75% das vezes, e caracteriza-se por exteriorizar primeiro a face
fetal da placenta, e posteriormente, a saída do hematoma
retroplacentário.
No restante das vezes, o secundamento se dá segundo o mecanismo de Baudelocque-Duncan,
quando ocorre a primeira saída do hematoma retroplacentário e em
seguida a saída da placenta. O primeiro acontece principalmente em
placenta de inserção fúndica e o segundo, em placenta de inserção
lateral. As membranas acompanham o descolamento da placenta. Após o
descolamento, ocorre à descida, quando a placenta, empurrada pelas
contrações uterina, alcança a vagina, distendendo-a e desencadeando
novamente o fenômeno do puxo, provocará sua expulsão ou desprendimento.
GREEMBERG: Considera-se, ainda, um último período, chamado de período de Greemberg ou quarto período,
que é definido como sendo as duas primeiras horas decorrida após a expulsão
placentária. É o período de importância, pois neste intervalo ocorre a
ativação dos mecanismos de hemostasia para conter a hemorragia que
sucede ao descolamento da placenta. Quatro fases caracterizam o período
de Greemberg: miotamponagem que é a laqueadura viva dos vasos uterinos,
determinada pela retração da musculatura uterina. A retração
constitui-se na primeira linha de defesa do organismo contra a
hemorragia; trombotamponagem, que é a formação de trombose nos grandes
vasos do sítio placentário. É a segunda linha de defesa contra a
hemorragia; indiferença miouterina, quando ocorre o relaxamento da fibra
muscular do útero e a contração uterina fixa o globo de segurança de
Pinard, quando a fibra uterina adquire maior tono e se mantém assim até
ocorrer à involução puerperal.
Fonte: Portal da Educação
Nenhum comentário:
Postar um comentário